Diabetes e Disfunção Erétil

Luiz Eduardo BLOG

Dr. Luiz Eduardo Caloete Ximenes
Médico Urologista – 166873/SP

A disfunção erétil (DE) é uma das complicações mais comuns da diabetes, sendo uma patologia com grande prevalência a nível mundial e com um importante impacto negativo na qualidade de vida dos homens diabéticos e das suas parceiras. Os diabéticos apresentam um risco, aproximadamente 3 vezes maior de desenvolver DE, comparativamente a indivíduos não diabéticos (29% vs 9,6%). Nos doentes diabéticos, a DE manifesta-se numa idade precoce, aumentando com a duração da diabetes.

Os fatores subjacentes à DE associada à diabetes são multifatoriais, envolvendo particularmente neuropatia e disfunção das células endoteliais (CE), devido a desarranjos metabólicos induzidos pela condição de hiperglicemia4. Encontra-se reportado que a concentração elevada de glicose crónica está associada à geração de espécies reativas de oxigénio (ERO) e nitrogénio (ERN). Estas desregulações podem causar uma diminuição na biodisponibilidade do óxido nítrico (NO) endotelial e neuronal, levando à disfunção vascular e alterações nos mecanismos de vasorelaxamento no corpo cavernoso (CC) diabético.

A geração excessiva de ERO está também associada a uma diminuição dos mecanismos compensatórios antioxidantes, resultando num desequilíbrio entre agentes pró- e anti-oxidantes culminando numa condição reconhecida por stresse oxidativo8. Este desequilíbrio leva a alterações cruciais de alvos celulares vulneráveis ao dano oxidativo, nomeadamente proteínas, lípidos e ADN. Estas lesões oxidativas nas biomoléculas podem culminar na degeneração cavernosa da função e estrutura celular. Várias evidências apontam para uma irrefutável ligação entre o diabética, particularmente na redução da biodisponibilidade do NO e consequente disfunção endotelial.