Como é a arte de ser mãe de filhos com adoecimento psíquico?

BLOG ELAINE MATTOS

Dra. Elaine Mattos
Psicóloga – CRP: 80/688

Quando nasce um filho, nasce também uma mãe. Esta frase nos leva a pensar sobre a condição psíquica daquela que oferece o alimento, a proteção, o afeto, o cuidado físico e emocional. Portanto, nascer, ser e tornar-se mãe é também um processo que envolve mudanças na vida da mulher.

Seja seu filho biológico ou do coração, a mãe faz planos, reorganiza sua vida para criar seu filho com a expectativa de que cresça saudável, forme sua própria família e participe ativamente da sociedade. Quando no curso do desenvolvimento, o filho que deveria iniciar sua autonomia como membro participante do meio social, recebe o diagnóstico de transtornos psíquicos, a mãe passa por uma espécie de ruptura da estrutura e organização estabelecidas anteriormente. Ter um filho com adoecimento psíquico está associado a perda da confiança em si própria, culpa por acreditar que ela não soube proteger e medo do futuro.

Somados a estes fatores estressantes está a responsabilidade atribuída à ela como cuidadora principal deste sujeito, ou seja, consultas psiquiátricas, administração de medicamentos, psicoterapia, rotina familiar, vida social e a problemática convivência com o adoecer, pois os conflitos familiares começam a aparecer com maior frequência e as relações, muitas vezes se tornam desagregadoras, tudo isso faz com que esta mãe  se sinta sobrecarregada e essa sobrecarga muitas vezes vem acompanhada de problemas de saúde e sofrimento psicológico.

O transtorno mental afeta não só a pessoa doente, mas toda a família, em especial a mãe, que necessita ser acolhida e cuidada. Compreender a singularidade desta dinâmica é se permitir a mudar o olhar, é entender que toda mãe de sujeitos com adoecimento psíquico necessita de respeito, escuta, empatia, atenção e cuidados com sua saúde física e mental. Neste Dia das Mães cuide também deste ser que não desiste de ser quem é, Mãe.