Uma mente febril
Luciano Messias
Psicólogo Clínico – CRP: 06/148895
Sabe aquele ponto a partir do qual a água começa a ferver, o ponto de ebulição? Pois é, nossa mente também tem um ponto crítico assim. Um ponto a partir do qual nossa mente entra em estado febril, numa analogia mais humana, digamos assim.
No verão, quando a temperatura ambiente sobe acima da temperatura esperada, o que logo buscamos? Ligar o ar condicionado com a finalidade de manter um ambiente em temperatura constante mesmo com a variação da temperatura ambiente.
O mesmo se dá em condições psicológicas em termos de controle de nossos estados emocionais, com a diferença de que cada pessoa tem o seu ponto crítico de controle psíquico quando os conflitos sentimentais fazem a “temperatura subir”.
Cada pessoa possui a sua tolerância, suas defesas e seus mecanismos de dependência emocional a fim de lhe garantirem certo equilíbrio para não ultrapassarem os seus pontos críticos emocionais, seja criança, adolescente ou adulto.
A imaturidade no desenvolvimento destes controladores ou falta de uma rede de apoio (que possa funcionar como um controlador externo) as fazem entrar num estado de marcante intolerância a situações adversas, levando o indivíduo a um estado de estranheza de suas próprias ações e emoções. Em outras palavras: levando-o a uma crise.
A primeira providência diante da crise é reduzir a perturbação mental para, dessa forma, manter a segurança física e emocional do paciente – neste ponto o apoio psiquiátrico pode ser necessário.
Em seguida, sempre respeitando a psicodinâmica individual, o terapeuta aprofunda o contato, compreendendo a situação de vida de cada pessoa, contemplando a criação de novos recursos psicológicos e revertendo distorções cognitivas, a fim de promover superação e tolerância dos pontos críticos emocionais.
Com o aumento da autoestima e o estabelecimento das habilidades adaptativas, obtém-se, enfim, o alívio dos sintomas.