Quando o horror de engordar vira doença

Sheila Ida
Psicóloga Clínica
– CRP: 06/148469

Para pensar os Transtornos Alimentares, precisamos inseri-los dentro da sociedade atual, onde é visível a intolerância com a gordura. Vive-se nas imagens perfeitas, exibidas como espetáculo.

O termo anorexia nervosa deriva do grego orexis (apetite) acrescida do prefixo an (privação, ausência). Portanto, significa uma perda de apetite. Entretanto, essa expressão não seria a mais adequada, porque, no início do quadro, é possível identificar uma luta contra a fome (ali ainda existente), associada a redução da alimentação, métodos purgativos e/ou excesso de atividade fisica.

No que diz respeito à bulimia, trata-se da ingestão de uma grande quantidade de alimentos, alternada com comportamentos para evitar o ganho de peso, tais como vômitos e uso de laxantes.

Embora anorexia e bulimia sejam classificadas separadamente, ambas apresentam uma excessiva preocupação com o peso e perturbações graves na forma de vivenciar o próprio corpo. Como efeito disso, tais transtornos alimentares parecem atestar: nega-se o próprio corpo em nome do TERROR de não conseguir exibir uma imagem ideal.

São transtornos cuja incidência vem aumentando ao longo dos últimos anos, principalmente devido à cultura da vaidade que se instalou nas redes sociais. Mas, nós profissionais estamos também cada vez mais atentos aos múltiplos fatores envolvidos e mais capacitados a tratar tais condições.