Larissa Fontes
Psicóloga
CRP-SP: 06/167204

Depressão, apatia, ansiedade, fraqueza… o que o seu corpo está dizendo?
Nos últimos tempos, é cada vez mais comum ver profissionais da psicologia abordando temas biológicos nas redes sociais. Vitaminas, hormônios, exames de rotina, alimentação…
E, de fato, tudo isso importa. Mas precisamos lembrar que o Instagram não é um consultório. E que o nosso corpo não é uma equação simples.
A verdade é que nós não somos só mente. Também não somos só corpo. Somos um sistema inteiro, vivo, dinâmico, que envolve o corpo, a mente, as relações sociais, o ambiente, os hábitos e até a história de vida. E cada parte influencia a outra.
É um erro pensar que tudo se resolve com terapia. Ou que tudo se resolve com suplementação. Nenhum cuidado isolado dá conta da complexidade humana. Por isso, como psicóloga, sempre reforço: faça seus exames de rotina. Observe sua alimentação. Preste atenção na qualidade do seu sono. Questione como estão suas relações sociais. Isso também é saúde mental.
Muitas vezes, aquilo que parece desânimo pode ser uma deficiência nutricional. Aquilo que parece ansiedade pode ser um sono fragmentado há meses. Ou o contrário: às vezes a origem é emocional, mas se manifesta como cansaço, tensão muscular, queda de cabelo, alterações intestinais. Tudo se mistura. Tudo se comunica.
Outro ponto importante: as redes sociais não são lugar para diagnóstico, nem para prescrição, nem para generalizações. Cada ser humano é único. O que funciona para um, pode ser inútil ou até prejudicial para outro.
É nas sessões, no contato clínico, no espaço protegido e ético do consultório que conseguimos aprofundar. Entender. Diferenciar. Investigar de verdade o que está por trás de cada queixa.
Fora disso, o risco é cairmos num pensamento reducionista: “Está sem energia? Então tome vitamina X”. Ou: “Está triste? Então está com depressão”. Mas saúde emocional não é fórmula de matemática. E o cuidado não pode ser transformado em conteúdo de algoritmo.
Cuidado precisa de tempo, escuta e individualidade.
Sempre lembrando que nenhum conteúdo genérico substitui o olhar clínico individualizado. Na dúvida, procure seu médico. Converse com um profissional psicólogo. Faça o básico bem-feito: boa alimentação, sono de qualidade, conexões humanas reais, rotina com sentido.
O cuidado com a saúde não pode virar uma lista de checklists de internet. Ele precisa ser vivo, conectado com a realidade de cada um. E, acima de tudo, respeitoso com a complexidade que é ser humano.
Cuidar de si é mais do que seguir dicas: é se escutar de verdade. Não transforme seu sofrimento em conteúdo de rede social. Procure um espaço de escuta verdadeira. E, se precisar, procure ajuda. Você não precisa passar por isso isso sozinho (a).