Dr. Diego Pinheiro
Médico Neurologista
CRM-SP: 165844 / RQE: 75402

As doenças de Parkinson e Alzheimer são a mesma coisa?
Essa é uma pergunta muito comum — e faz total sentido. Afinal, estamos falando de duas doenças neurológicas, que afetam principalmente pessoas mais idosas, e que têm nomes bastante conhecidos. Mas, embora possam parecer similares à primeira vista, a verdade é que elas são profundamente diferentes.
A principal diferença entre Parkinson e Alzheimer está no foco do dano que elas causam no cérebro. Enquanto uma atinge mais a parte motora, a outra compromete principalmente a cognição. E isso muda tudo na forma como o paciente vive, percebe o mundo e se relaciona com as pessoas ao redor.
A Doença de Parkinson é uma doença motora.
Talvez você já tenha visto alguém com Parkinson andando na rua: uma postura mais curvada, passos curtos, aquele leve arrastar dos pés no chão, e muitas vezes o tremor típico nas mãos. Tudo isso acontece porque o cérebro da pessoa com Parkinson perde neurônios que produzem dopamina — uma substância essencial para o controle fino dos movimentos.
Por isso, os sintomas mais comuns da Doença de Parkinson são:
- Tremores, principalmente em repouso;
- Rigidez nos braços e pernas;
- Lentidão para iniciar movimentos;
- Dificuldade para caminhar e manter o equilíbrio.
Ou seja, o cérebro continua funcionando bem em termos de memória e raciocínio no início da doença, mas o corpo não responde como antes. É como se o “motor” estivesse com atraso para ligar, mesmo com a mente ainda lúcida e presente.
A Doença de Alzheimer é uma doença cognitiva.
Já o Alzheimer é outra história. Nessa condição, a principal perda é mental — principalmente a memória, mas também outras funções cognitivas, como a linguagem, o planejamento e a capacidade de reconhecer lugares, objetos ou até pessoas. A doença começa de forma sutil. A pessoa passa a esquecer compromissos simples, repetir perguntas, errar o caminho para casa ou esquecer onde guardou objetos do dia a dia. Com o tempo, isso evolui para quadros mais severos:
- Dificuldade para realizar tarefas simples e rotineiras;
- Perda da noção de tempo e espaço;
- Confusão mental e trocas de nomes ou palavras;
- Em fases avançadas, pode não reconhecer familiares próximos.
É uma perda que vai afetando toda a funcionalidade da pessoa, até ela depender quase completamente dos outros para atividades básicas do cotidiano.
Enquanto o Parkinson paralisa o corpo, o Alzheimer desorganiza a mente.
Ambas as doenças exigem acompanhamento cuidadoso, afeto e tratamento multidisciplinar. E, embora ainda não tenhamos cura, hoje já existem formas de retardar a progressão e melhorar a qualidade de vida de quem convive com esses diagnósticos.
Entender essa diferença ajuda muito a ter mais empatia — e também a saber o que observar nos nossos pais, avós e até em nós mesmos com o passar dos anos. Porque quanto mais cedo a gente entende, mais cedo a gente pode agir.
Precisa de ajuda?
Se você tem dúvidas sobre sintomas, diagnóstico ou quer entender melhor como cuidar de alguém com Parkinson ou Alzheimer, agende uma consulta com um de nossos especialistas. Estamos aqui para acolher, diagnosticar e acompanhar cada etapa com atenção e humanidade.