Hiperparatireoidismo: desequilíbrio do cálcio, vitamina D e fósforo

JANAINA PETENUCI BLOG

Dra. Janaína Petenuci
Médica Endocrinologista – CRM 166420

As glândulas paratireoides são pequenas glândulas endócrinas que se localizam na parte mediana do pescoço e situam-se no posterior ou atrás da glândula tireoide. Elas são responsáveis por produzir o paratormônio que atua no equilíbrio do cálcio, vitamina D e fósforo presente no sangue e nos tecidos que precisam desses nutrientes, como os ossos e rins, por exemplo.

O QUE É?

O hiperparatireoidismo pode ser classificado como primário ou secundário. No primário, a causa do excesso de hormônio da paratireoide é sempre diretamente na glândula, enquanto o secundário tem alguma doença subjacente que faz com que as glândulas paratireoides trabalhem a mais.

CAUSAS

Hiperparatireoidismo primário

O excesso de paratormônio é causado devido ao trabalho excessivo de pelo menos uma das glândulas paratireoides, o que resulta em um excesso de cálcio no sangue (quadro também chamado de hipercalcemia).

Hiperparatireoidismo secundário

Ocorre quando o excesso de produção do paratormônio é devido a uma queda dos níveis de cálcio no sangue, decorrente de alguma condição subjacente, como:

-Deficiência de cálcio: pode haver alguma dificuldade na absorção desse mineral;
-Deficiência de vitamina D: essa vitamina está relacionada à manutenção do cálcio no sangue e ela ajuda na absorção do cálcio na digestão;
-Insuficiência renal crônica: a vitamina D só pode atuar no nosso corpo quando é convertida pelos rins.

FATORES DE RISCO

Presente em cerca de 90% dos casos da forma primária, é mais frequente em adultos com mais de 60 anos e no sexo feminino.

SINTOMAS

-Fadiga ou fraqueza
-Dor nos ossos e dor nas articulações
-Depressão.
-Ossos frágeis, que se fraturam facilmente (osteoporose)
-Cálculo renal
-Urina em excesso
-Dor abdominal
-Esquecimento
-Náuseas e vômito
-Sede em excesso

A doença é inicialmente assintomática e pode ser casualmente evidenciada em exames laboratoriais de rotina. A evolução clínica é lenta e progressiva. Estas alterações dependem do tempo de evolução, podendo persistir por meses e anos sem diagnostico e sem tratamento. O diagnóstico deve ser o mais precoce possível, pois em estádios muito avançados, com graves lesões ósseas, pode tomar-se irreversível e mortal por insuficiência renal.

TRATAMENTO

A escolha de tratamento dependerá da classificação do hiperparatireoidismo, intensidade dos sintomas, entre outros fatores. As opções terapêuticas são:

Cirurgia: Consiste na retirada da glândula afetada e que está produzindo mais hormônio do que o normal, por isso este é o tratamento mais comum e resolve 95% dos casos. As complicações são raras e incluem danos às cordas vocais e uso de suplementos de cálcio e vitamina D.

Medicamentos:  Alguns casos podem ser resolvidos com medicação. É importante lembrar que todos os medicamentos devem ser usados de acordo com a orientação do seu médico.

Mudanças de hábitos: aumentar o consumo de cálcio e na obtenção de vitamina D. Com isso, mudanças na dieta e no dia a dia serão necessárias.

Referências:

https://www.doctoralia.com.br/doencas/disturbios-das-glandulas-paratireoides#:~:text=As%20gl%C3%A2ndulas%20paratire%C3%B3ides%20tornam%2Dse,aumento%20de%20c%C3%A1lcio%20no%20sangue.

https://www.sanarmed.com/principais-molestias-das-glandulas-paratireoides-colunistas

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-78522009000200011