Nódulo na Tireoide

JANAINA PETENUCI BLOG

Dra. Janaína Petenuci
Médica Endocrinologista – CRM 166420

Um nódulo na glândula tireoide é nada mais que uma lesão dentro do tecido tireoidiano que tem características radiológicas diferentes do tecido ao redor. Quando um médico recebe o resultado do exame, percebe já pelas características ultrassonográfica, tamanho ou posição, se há riscos ou não de lesão maligna.

Apesar de não existirem números específicos, os nódulos na tireoide são comuns com o passar dos anos. Quem já passou dos 40 anos tem mais chance de encontrar um nódulo do que alguém com 20 – o que não significa que um jovem não possa ter um nódulo maligno.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), o câncer de tireoide é encontrado em cerca de 8% dos nódulos nos homens e em 4% dos nódulos em mulheres. Assim, cerca de 90% dos nódulos de tireoide são benignos (não cancerosos).

Sintomas de Nódulo na Tireoide 

A maioria dos nódulos na tireoide não provoca qualquer tipo de sintoma, sendo identificados através da presença de um ‘caroço’ no pescoço. No entanto, em alguns casos, os nódulos tireoidianos podem gerar sintomas como:

– Dor na garganta;

– Inchaço do pescoço;

– Dificuldade para respirar ou engolir;

– Perda de peso sem causa aparente;

– Tremores e nervosismo;

– Rouquidão ou perda da voz.

Como os nódulos de tireoide são diagnosticados?

A maioria dos nódulos da tireoide são encontrados durante um exame físico de rotina.
Depois de um nódulo ser encontrado, o médico realizará testes de laboratório para saber se o nódulo é hiperfuncionante (produtor de muito hormônio tireoideano, chamado de “nódulo quente”) ou hipofuncionate (não produtor de hormônio tireoideano, chamado de “nódulo frio”).

No entanto, esses testes não são suficientes para descartar um câncer de tireoide. Para reunir mais informações sobre o nódulo, o médico pode solicitar um ou mais dos seguintes exames:

* Ultrassonografia da tireoide: é realizada para obter um retrato exato da tireoide e ver se o nódulo é sólido ou preenchido com fluido (cisto). E de acordo com as características do ultrassom, conseguiremos classificar se o nódulo apresenta baixo risco, risco intermediários ou alto risco para neoplasia maligna. Além de ser muito útil para guiar uma agulha usada para aspirar as células do nódulo. Este procedimento é chamado de “punção aspirativa guiada por agulha fina”.

* Biópsia aspirativa por agulha fina: usa-se uma agulha fina para remover células ou amostras de fluido do nódulo. Este teste é muito preciso para a identificação de nódulos cancerosos ou “suspeitos”.

* Cintilografia de tireoide: utiliza uma pequena quantidade de iodo radioativo e uma câmera especial para obter uma imagem da tireoide e saber se o nódulo é hipo ou hiperfuncionante. Este procedimento geralmente é feito quando o seu médico suspeitar que você possa ter um nódulo quente ( quando TSH está baixo)

Como os nódulos da tireoide são tratados?

O tratamento depende do tipo de nódulo da tireoide. Especialistas recomendam a remoção cirúrgica da tireoide para nódulos cancerígenos ou suspeitos. Após a cirurgia, terapia com iodo radioativo pode ser usada para destruir quaisquer células tireoidianas remanescentes.

Outros tipos de nódulos, mesmo quando eles não são cancerígenos, precisam ser removidos quando ficam muito grandes e causam problemas para engolir ou respirar.

Nódulos hiperfuncionantes quase nunca são cancerígenos, mas eles podem causar hipertireoidismo (aumento nos níveis dos hormônios da tireoide no organismo) que pode levar a problemas de saúde. Estes nódulos podem ser removidos cirurgicamente ou tratados com iodo radioativo.

A cada 6 a 12 meses, seu médico precisa monitorar todos os nódulos de tireoide que não foram removidos. Este acompanhamento pode envolver exame físico, exame de ultrassom da tireoide ou ambos. Se o nódulo crescer, você pode precisar de repetir a biópsia por agulha fina.

O que você deve fazer se achar que tem um nódulo de tireoide?

Se você acha que tem um nódulo na tireoide, consulte o seu médico, que poderá encaminhá-lo a um endocrinologista (especialista em doenças relacionadas aos hormônios) para o diagnóstico e tratamento. Depois siga o tratamento recomendado e acompanhamento com seu médico conforme a necessidade.

REFERÊNCIAS:

https://www.sbemsp.org.br/imprensa/releases/92-estou-com-um-nodulo-na-tireoide-e-agora-2

https://www.endocrino.org.br/entendendo-tireoide-nodulos/

https://www.tuasaude.com/nodulo-na-tireoide/

TERAPIA HORMONAL CRUZADA

JANAINA PETENUCI BLOG

Dra. Janaina Petenuci
Médica Endocrinologista – CRM 166420 

A prevalência de pessoas que se declara transgênero gira em torno de 0,5% da população mundial, entretanto, a busca ativa por tratamento médico para transição é entre 6 a 9 em cada 100.000. Desses, aqueles que relatam arrependimento representam 1%. Pela definição da OMS, trata-se, portanto, de um desfecho incomum de uma condição rara. Vale ressaltar que a taxa de satisfação com o tratamento varia entre 87 e 97% e as complicações  relacionadas ao diagnóstico incluem maior prevalência de portadores do vírus HIV, tentativas de suicídio, depressão, violência física e sexual, além de intenso sofrimento psíquico.

Sendo assim, o tratamento torna-se extremamente seguro e convidativo por apresentar taxa de sucesso elevada, prevenção de diversas comorbidades graves e baixa taxa de arrependimento.

Entretanto, por ser grave, esse desfecho requer atenção e prevenção. Por isso, é importante verificar rigorosamente possíveis fatores de risco e respeitar os critérios clínicos e de tratamento.

RESOLUÇÃO Nº 2.265/2019

O Conselho Federal de Medicina (CFM) estabeleceu, em sua  RESOLUÇÃO Nº 2.265/2019 , a ampliação do acesso ao atendimento à população com incongruência de gênero na rede pública, estabelecendo critérios para maior segurança na realização de procedimentos com hormonioterapia e cirurgias de adequação sexual na rede pública. 

A norma define que a incongruência de gênero acontece quando o indivíduo não se reconhece com o sexo identificado ao nascer.  Segundo a  RESOLUÇÃO Nº 2.265/2019 , temos:

Art. 1º Compreende-se por transgênero ou incongruência de gênero a não paridade entre a identidade de gênero e o sexo ao nascimento, incluindo-se neste grupo transexuais, travestis e outras expressões identitárias relacionadas à diversidade de gênero.

§ 1º Considera-se identidade de gênero o reconhecimento de cada pessoa sobre seu próprio gênero.

§ 2º Consideram-se homens transexuais aqueles nascidos com o sexo feminino que se identificam como homem.

§ 3º Consideram-se mulheres transexuais aquelas nascidas com o sexo masculino que se identificam como mulher.

§ 4º Considera-se travesti a pessoa que nasceu com um sexo, identifica-se e apresenta-se fenotipicamente no outro gênero, mas aceita sua genitália.

§ 5º Considera-se afirmação de gênero o procedimento terapêutico multidisciplinar para a pessoa que necessita adequar seu corpo à sua identidade de gênero por meio de hormonioterapia e/ou cirurgias.

O texto da resolução afirma que a pessoa com incongruência de gênero será incorporada num fluxo assistencial, que indicará a melhor abordagem e os procedimentos necessários para cada caso.

RESUMO DAS NORMAS

– A equipe multidisciplinar será composta por psiquiatra, endocrinologista, ginecologista, urologista e cirurgião plástico, sem prejuízo de outras especialidades médicas que atendam às necessidades de cada caso, além de outros profissionais da saúde necessários às demandas do indivíduo. Em situações em que o paciente tiver menos de 18 anos, será exigida a presença do pediatra na equipe.

– O atendimento médico deve contar com anamnese, exame físico e psíquico completos, assim como a identificação do paciente pelo seu nome social e de registro, incluindo sua identidade de gênero e sexo ao nascer. Dependendo da idade, as ações sugeridas deverão envolver pais ou responsáveis legais de crianças ou adolescentes. Para este grupo, a assistência deve estar articulada com escolas e também com instituições de acolhimento.

– Fica proibida a realização de procedimentos hormonais ou cirúrgicos em pessoas diagnosticadas como portadoras de transtornos mentais graves. Também será exigido o conhecimento pelos pacientes de benefícios e riscos envolvidos no processo, como a possibilidade de esterilidade. Os procedimentos devem ser iniciados apenas após assinatura de termo de consentimento livre e esclarecido. No caso de menores de 18 anos, é necessário ainda a apresentação de um termo de assentimento.

– Realização de bloqueio puberal (interrupção da produção de hormônios sexuais, impedindo o desenvolvimento de caracteres sexuais secundários do sexo biológico pelo uso de análogos de hormônio liberador de gonadotrofinas), que é considerando ainda experimental (sujeito às regras de protocolos de pesquisa aprovados pelos Comitês de Ética em Pesquisa e Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Sistema CEP/Conep). 

– Realização da hormonioterapia cruzada (forma de reposição hormonal na qual os hormônios sexuais e outras medicações hormonais são administradas ao transgênero para feminização ou masculinização, de acordo com sua identidade de gênero), que antes não eram previstas. Esse tratamento só poderá ser iniciado a partir dos 16 anos. Cada paciente será avaliado pela equipe multiprofissional envolvida no atendimento, reforçando os  mecanismos de segurança para essas situações. A partir dos 18 anos, hormonioterapia cruzada deverá ser prescrita por médico endocrinologista, ginecologista ou urologista, todos com conhecimento científico específico, com a finalidade de induzir características sexuais compatíveis com a identidade de gênero. As doses dos hormônios sexuais devem seguir os princípios da terapia de reposição hormonal para indivíduos hipogonádicos (com deficiência funcional das gônadas que pode acarretar retardamento do crescimento e do desenvolvimento sexual), de acordo com o estágio puberal.

– Os hormônios utilizados na hormonioterapia são testosterona (para induzir o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários masculinos nos homens transexuais), estrogênio (para induzir o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários femininos nas mulheres transexuais e travestis) e antiandrógeno, que pode ser utilizado para atenuar o crescimento dos pelos corporais e as ereções espontâneas. O uso de estrógenos ou testosterona deve ser mantido ao longo da vida do indivíduo, monitorando-se os fatores de risco.

– As cirurgias de adequação sexual podem ser feitas apenas depois de 18 anos de idade, sendo exigido que o candidato tenha sido submetido anteriormente a, no mínimo, um ano de acompanhamento por equipe multiprofissional e interdisciplinar.

– Na fase pré-operatória, a hormonioterapia cruzada será supervisionada por um endocrinologista, ginecologista ou urologista, que avaliará se as transformações corporais atingiram o estágio adequado para a indicação de cirurgias. 

– Os procedimentos cirúrgicos para a afirmação de gênero considerados válidos pelo CFM são categorizados em dois grupos:
• Do masculino para o feminino: neovulvovaginoplastia e mamoplastia de aumento. 
• Do feminino para o masculino: mastectomia bilateral; cirurgias pélvicas (histerectomia e ooforectomia bilateral); e cirurgias genitais (neovaginoplastia e faloplastia por meio da metoidoplastia – retificação e alongamento do clitóris, após estímulo hormonal). Uretroplastia (em um ou dois tempos); escrotoplastia; e colocação de prótese testicular em primeiro ou segundo tempo.

A neofaloplastia continua a ser experimental, devendo ser realizada somente mediante as normas do Sistema CEP/Conep.

TRATAMENTO

A equipe multidisciplinar será composta por psiquiatra, endocrinologista, ginecologista, urologista e cirurgião plástico, sem prejuízo de outras especialidades médicas que atendam às necessidades de cada caso, além de outros profissionais da saúde necessários às demandas do indivíduo. Em situações em que o paciente tiver menos de 18 anos, será exigida a presença do pediatra na equipe.

As intervenções físicas podem ser divididas em três estágios:

-Intervenções totalmente reversíveis. Utilização de análogos de GnRH para suprimir a produção de estrogênio ou de testosterona e, consequentemente, retardar as mudanças físicas da puberdade

-Intervenções parcialmente reversíveis. Essas incluem a terapia hormonal cruzada

-Intervenções irreversíveis. São procedimentos cirúrgicos

Entenda a importância de cada profissional neste processo de mudança:

Avaliação Psicológica

Consiste em investigar a psicodinâmica da personalidade da usuária (clinicamente com entrevistas individuais e/ou testes de apoio), com foco nas questões de identidade de gênero e sexualidade para compreender e compartilhar sobre sua maturidade psíquica para mudanças corporais pretendidas. Será oferecida avaliação e quando necessário, acompanhamento para todos usuários matriculados no serviço. O acompanhamento psicoterápico poderá ser realizado individualmente ou em grupo.

Avaliação Psiquiátrica

Avalia e acompanha usuárias (o) acompanhadas (o) por outros profissionais da equipe ou por demanda espontânea.

Avaliação Clínica

Na anamnese e no exame físico serão investigadas questões gerais específicas da travestilidade além de exames laboratoriais e de imagem que devam ser solicitados na rotina. Ações da avaliação médica:

-Investigação de sinais e sintomas de DST e de infecção para HIV; Identificação para uso hormonioterapia esclarecendo sobre os riscos e doses adequadas e de outros procedimentos necessários para adequação das características do corpo à identidade de gênero;

-Realiza ações de prevenção como atualização da carteira vacinal e de promoção da saúde; Encaminhamento para especialidades de retaguarda.

Avaliação Urológica

Avalia as intercorrências genito-urinárias, como infecção urinária, alterações prostáticas, disfunção erétil, traumas relacionadas às práticas e/ou violências sexuais dentre outros, como também faz diagnósticos diferenciais.

Ações de prevenção das neoplasias renais, vesicais e principalmente as penianas e prostáticas e prevenção e tratamento das doenças sexualmente transmissíveis.

Avaliação Endocrinológica

O objetivo é o acompanhamento clínico para utilização de hormônios.. Faz orientação quanto aos efeitos colaterais provenientes do uso de hormônios sexuais. Em cada consulta serão avaliados o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários, os exames laboratoriais (LH, FSH, Testoterona, Estradiol, Prolactina, Enzimas hepáticas, Hemograma completo, Perfil Lipídico, coagulograma, proteína C ativada, Proteína S) e exames de imagem: Ultrassom de Mamas anualmente; Densitometria Óssea a cada 2 anos e dosagem de PSA para pacientes acima de 50 anos.

Fonoaudiologia

 É oferecida avaliação e acompanhamento fonoaudiológico aos usuários para adequação e treino vocal. O tratamento prevê a modulação da voz em seu timbre e tons naturais utilizando equipamentos específicos da clínica fonoaudiológica e avaliação com otorrinolaringologia.

 Avaliação Social

 O assistente social deverá reconhecer a dinâmica relacional do usuário, através de diagnóstico social a fim de promover estratégias de inserção social na família, no trabalho, nas instituições de ensino e nos demais espaços sociais prementes na vida do usuário.

REFERÊNCIAS:

https://www.endocrino.org.br/media/pdfs_documentos/posicionamento_trangenero_sbem_sbpcml_cbr.pdf

https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-n-2.265-de-20-de-setembro-de-2019-237203294?fbclid=IwAR0c1UN2eC9KE7yT2xIHA2C-9f3ACFE4gJGXhM8fo8Xqr-CRkIPZoA9rjAY

http://www.cremesp.org.br/pdfs/eventos/eve_03102016_170025_Leandra%20Steinmetz%20-%20Bloqueio%20da%20puberdade%20no%20adolescente.pdf

http://www2.ebserh.gov.br/documents/17082/3273413/Protocolo+do+Ambulat%C3%B3rio+Multiprofissional+para+o+Atendimento+de+Travestis+e+Transexuais.pdf/9e83c999-98ee-4a72-86eb-2f020f9f80cb

https://assep.org/tag/transgenero/

https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302001000400014

http://www.cremesp.org.br/?siteAcao=Noticias&id=5542

Síndrome do Ovário Policístico

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Dra. Janaína Petenuci
Médica Endocrinologista
CRM 166420

Síndrome do Ovário Policístico (SOP), é um distúrbio endócrino que provoca alteração dos níveis hormonais, alteração da menstruação e da ovulação, cistos nos ovários que fazem com que eles aumentem de tamanho e síndrome metabólica ( 3 dos 5 critérios: Obesidade central – circunferência da cintura superior a 88 cm na mulher e 102 cm no homem; Hipertensão Arterial – pressão arterial sistólica ≥ 130 e/ou pressão arterial diastólica ≥ 85mmHg; Glicemia alterada (glicemia ≥ 110mg/dl) ou diagnóstico de Diabetes; Triglicerídeos ≥ 150mg/dl; HDL colesterol < 40mg/dl em homens e < 5mg/dl em mulheres.

Sua causa ainda não é totalmente esclarecida. A hipótese é que ela tenha uma origem genética e estudos indicam uma possível ligação entre a doença e a resistência à ação da insulina no organismo.

É uma doença caracterizada pela menstruação irregular, alta produção do hormônio masculino (testosterona) e presença de ovários policísticos

As mulheres descobrem a síndrome entre 20 e 30 anos de idade, mas os primeiros sintomas aparecem logo nos primeiros ciclos menstruais ainda na adolescência. Pacientes que apresentam a doença normalmente têm antecedentes da mesma enfermidade em parentes próximos, como mãe e irmãs, o que configura uma pré-disposição genética ao desequilíbrio hormonal e suas consequências.

Segundo o Serviço de Endocrinologia do Hospital das Clínicas de São Paulo, a Síndrome do Ovário Policístico atinge cerca de 7% das mulheres na idade reprodutiva.

SINTOMAS

A falta crônica de ovulação ou a deficiência dela é o principal sinal da síndrome. Em conjunto, outros sintomas podem ajudar a detectar essa doença, como:

-Atrasos na menstruação (desde a primeira ocorrência do fluxo);

-Aumento de pelos no rosto, seios e abdômen;

-Obesidade;

-Acne.

Em casos mais graves, pode predispor o desenvolvimento de diabetes, doenças cardiovasculares, infertilidade e câncer do endométrio.

DIAGNÓSTICO

SOP é um diagnóstico de exclusão e deve ser baseado em dois dos achados presentes nos critérios de Rotterdam (Tabela 1). O exame de sangue auxilia na verificação dos níveis de hormônios como folículo estimulante (FSH), luteinizante (LH), testosterona, tireoide e prolactina, androstenediona, sulfato de DHEA, 17-OH progesterona para excluir outras causas.

1) Pela ecografia e laparoscopia pélvica é possível observar a dilatação dos ovários (volume maior 10ml, na ausência de folículo dominante) ou 12 ou mais folículos de 2 a 9mm de diâmetro.
2) Hiperandrogenismo (Hormônios masculinos): Clínico: acne, calvície (alopecia androgenética), hirsutismo (é um aumento da quantidade de pelos na mulher em locais comuns ao homem). Laboratorial: elevação de testosterona.
3) Alteração menstrual: Ciclos menstruais < 21 dias ou > 35 dias em pelo menos seis ciclos por ano ou 3 ciclos consecutivos sem menstruar (amenorreia).

A SOP pode contribuir para o surgimento de muitas doenças também como: Diabetes, alterações do colesterol, aumento do peso e da pressão arterial podendo até causar câncer de útero se não for adequadamente tratada. E é umas das principais causas de infertilidade.

Através do ultrassom, a doença é percebida pelo aparecimento de muitos folículos ao mesmo tempo na superfície de cada ovário. Esse ultrassom deve ser feito entre o terceiro e o quinto dia do ciclo menstrual. Não sendo a mulher virgem, deve-se dar preferência à técnica de ultrassom transvaginal.

É importante definir que esses resultados não se aplicam a mulheres que estejam tomando pílula anticoncepcional. Se houver um folículo dominante ou um corpo lúteo, é importante repetir o ultrassom em outro ciclo menstrual para realizar o diagnóstico corretamente.

Mulheres que apresentam apenas sinais de ovários policísticos ao ultrassom sem desordens de ovulação ou hiperandrogenismo não devem ser consideradas como portadoras da síndrome dos ovários policísticos.

TRATAMENTOS E CUIDADOS

O tratamento da síndrome dos ovários policísticos depende dos sintomas que a mulher apresenta e do que ela pretende. Cabe ao médico e à paciente a avaliação do melhor tratamento, mas para isso é fundamental questionar se a paciente pretende engravidar ou não.

De acordo com a Diretriz Brasileira sobre a SOP, dieta e exercícios físicos representam o tratamento de primeira linha, melhorando a resistência à insulina e retorno dos ciclos ovulatórios, mesmo na ausência de perda de peso. Com o tratamento medicamentoso adequado, cerca de 50% a 80% das pacientes apresentam ovulação e 40% a 50% engravidam. A fertilização in vitro (FIV) também é indicada nos casos em que a estimulação ovariana foi exagerada, com o objetivo de evitar o cancelamento do ciclo;

A perda de peso resultante das mudanças no estilo de vida “favorecerá a queda dos androgênios circulantes, melhorando o perfil lipídico e diminuindo a resistência periférica à insulina; dessa forma, contribuirá para o decréscimo no risco de aterosclerose, diabetes e regularização da função ovulatória. A prescrição de contraceptivos hormonais orais de baixa dose, por sua vez, propiciarão o controle da irregularidade menstrual e redução do risco de câncer endometrial” (Projeto Diretrizes AMB);

Apesar de ser comum, a Síndrome dos Ovários Policísticos manifesta-se de diferentes formas nas mulheres e por este motivo seu tratamento deve ser individualizado. Até o momento não foi descoberta a cura para a SOP, entretanto com o controle dos sintomas é possível prevenir os problemas associados.

A síndrome dos ovários policísticos tem tratamento e, quanto antes ele for iniciado, menores são as chances de a doença causar danos graves. Em casos de suspeita de SOP, procure o seu endocrinologista.

Referências:

https://www.gineco.com.br/saude-feminina/doencas-femininas/ovarios-policisticos/

https://www.endocrino.org.br/10-coisas-que-voce-precisa-saber-sobre-sindrome-dos-ovarios-policisticos/

TRATAMENTO DA OBESIDADE

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Dra. Janaina Petenuci
Médica Endocrinologista – CRM 166420

 O trabalho do endocrinologista consiste na avaliação das causas para o ganho de peso, além dos riscos dessa condição. É o especialista ideal para alertar o paciente sobre os malefícios da obesidade com base em seu histórico pessoal e doenças que tenham atingido sua família. O médico irá ponderar, ainda, a necessidade do uso de medicações específicas.

Medicamentos anti-obesidade

O tratamento da obesidade com o auxílio de remédios deve ser feito por pacientes que já estejam envolvidos com um programa de mudança de estilo de vida. O indivíduo deve seguir as orientações dietéticas e praticar exercícios físicos regulares, pois, do contrário, os efeitos não serão satisfatórios. O uso de medicações para tratar a obesidade é indicado para os casos de:

Índice de massa corporal (IMC) maior ou igual a 30 kg/m2;

Índice de massa corporal (IMC) maior ou igual a 27 kg/m2 com outras doenças relacionadas. Exemplos: pressão alta, diabetes ou colesterol elevado;

Obesidade que não consegue ser vencida apenas com dieta e atividades físicas.

Cirurgia Bariátrica

As cirurgias mais realizadas são dos tipos Banda Gástrica (em que se coloca uma faixa ajustável para reduzir o diâmetro do estômago), Bypass Gástrico (em que se diminui o estômago e altera o trânsito do intestino), Derivação Biliiopancreática (com a criação de outro meio de desvio para o intestino) e Gastrectomia Vertical (em que se retira grande parte do estômago responsável pela absorção). A decisão de qual tipo adotar é realizada em conjunto entre o paciente e seu médico. A cirurgia bariátrica é indicada nos casos de:

Índice de massa corporal (IMC) maior ou igual a 40 kg/m2, isto é, obesidade grau 3;

Índice de massa corporal (IMC) maior ou igual 35 kg/m2, isto é, obesidade grau 2, associado com doenças relacionadas com obesidade descontroladas , como hipertensão arterial, colesterol elevado, apneia do sono, diabetes, arritmias, entre outras.

Obesidade que não consegue ser vencida apenas com tratamento clínico.

Contudo, em todos os casos (desde que liberado pelo médico), a indicação para perda de peso é a mudança dos maus hábitos para um estilo de vida mais saudável, desde a escolha de alimentos mais saudáveis e a inclusão de atividades físicas na rotina diária.

REFERÊNCIAS:

https://www.endocrino.org.br/obesidade/

https://www.sbemsp.org.br/imprensa/releases/315-saiba-como-definir-a-obesidade

https://www.tuasaude.com/endocrinologista/

Quais doenças endócrinas podem estar associadas à obesidade?

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Dra. Janaína Petenuci
Médica Endocrinologista – CRM 166420

A obesidade é uma doença crônica bastante prevalente em todo o mundo e associada ao elevado risco cardiovascular por estar associada a doenças como diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial, refluxo gastroesofágico, apneia do sono e alguns tipos de câncer.

Porém, algumas doenças endócrinas podem se apresentar com ganho de peso, assim como a própria obesidade pode alterar alguns sistemas endócrinos. Sendo assim a definição de causa e efeito por vezes pode ser invertida.

Doenças endócrinas e obesidade

Hipotireoidismo: a prevalência de hipotireoidismo em pacientes com obesidade é de, em média, 14%. Uma das manifestações clínicas do hipotireoidismo é o ganho de peso, que costuma ser modesto. Uma das hipóteses é que o déficit hormonal reduz a taxa metabólica basal. Contudo, não se pode dizer que esta alteração seja a única responsável, uma vez que estudos em animais mostram que baixa taxa metabólica basal não necessariamente implica em ganho de peso. A outra possibilidade é o ganho de peso por retenção hídrica e salina pelos rins. De qualquer forma, ambas as alterações são reversíveis com o tratamento e, portanto, não são causas permanentes de obesidade.

Hipercortisolismo: a síndrome de Cushing, condição caracterizada pelo excesso de cortisol, seja por doença hipofisária ou adrenal comumente leva a ganho de peso. Por outro lado, a obesidade está relacionada a aumento da atividade do eixo hipotálamo-hipófise adrenal levando a um estado de hipercortisolismo chamado de “pseudo-Cushing”. Sendo assim, a pesquisa de síndrome de Cushing através de exames específicos será feita caso existam sinais e sintomas clínicos de alta suspeição.

Hipogonadismo masculino: a redução na síntese de testosterona promove alterações na composição corporal, com ganho de massa gorda. Porém, a própria obesidade pode levar à disfunção gonadal, tanto que, quando há perda ponderal, pode haver reversão do quadro. Contudo, naqueles de fato com hipogonadismo (clínico e laboratorial), a reposição de testosterona, não havendo contra-indicações, pode ser feita.

Síndrome dos ovários policísticos (SOP): esta condição afeta entre 9% e 25% das mulheres com obesidade, tendo como um dos mecanismos fisiopatológicos a resistência à ação da insulina. Inclusive a perda ponderal faz parte do tratamento. Entretanto não se deve rastrear SOP a não ser que existam sinais e sintomas clínicos como hirsutismo, acne, irregularidade menstrual ou infertilidade.

Deficiência de GH (hormônio do crescimento): não se recomenda o rastreio em pacientes obesos, uma vez que na obesidade grave a secreção deste hormônio é reduzida e se restabelece com a perda de peso.

Deficiência de vitamina D: não se recomenda a reposição de vitamina D como forma de melhorar a composição corporal ou alterações metabólicas; a exceção é nos pacientes que serão ou foram submetidos a cirurgia bariátrica, uma vez que a absorção da substância pode ser prejudicada após o procedimento.

A obesidade pode levar a alterações hormonais, a maioria reversível com a perda de peso e algumas doenças endócrinas podem se apresentar com ganho de peso. Neste ultimo caso, porém o tratamento específico pode corrigir a questão, mas não deve ser encaradas como as únicas responsáveis pelo excesso de massa gorda uma vez que a obesidade é uma doença multifatorial.

REFERÊNCIAS:

https://www.endocrino.org.br/obesidade/

https://www.sbemsp.org.br/imprensa/releases/315-saiba-como-definir-a-obesidade

https://www.tuasaude.com/endocrinologista/

Obesidade: ninguém escolhe ser obeso

JANAINA PETENUCI BLOG

Dra. Janaina Petenuci
Médica Endocrinologista – CRM 166420

A obesidade é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal no indivíduo. De acordo com a OMS, uma pessoa tem obesidade quando o IMC é maior ou igual a 30kg/m2, e a faixa de peso normal varia entre 18,5 e 24,9kg/m2. Os indivíduos que possuem IMC entre 25 e 29,9 kg/m2 são diagnosticados como sobrepeso, e já podem ter alguns prejuízos com o excesso de gordura.

A obesidade é fator de risco para uma série de doenças. O obeso tem mais propensão a desenvolver problemas como artrose, diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial, refluxo gastroesofágico, apneia do sono e alguns tipos de câncer. A obesidade leva as pessoas a viverem menos e com pior qualidade de vida.

Os julgamentos sociais podem ser cruéis, mas ninguém escolhe ser obeso. Não se trata de força de vontade, determinação ou caráter. A genética contribui com 70% para o desenvolvimento da obesidade, somando-se a outros fatores determinantes como alimentação e sedentarismo. Não podemos deixar de lado, a relação que cada pessoa tem com a comida, e isso, também, nos faz considerar os aspectos psicológicos. É importante lembrar que, se o peso de uma pessoa está se elevando, é porque ela está comendo mais que o necessário, e o excesso, está se acumulando na forma de gordura.

São muitas as causas da obesidade. O excesso de peso pode estar ligado ao patrimônio genético da pessoa, a maus hábitos alimentares ou, por exemplo, a disfunções endócrinas. Por isso, na hora de pensar em emagrecer, procure um especialista.

O tratamento da obesidade ocorre de maneira multidisciplinar, envolvendo as atuações de nutricionista, psicólogo, educador físico e do médico endocrinologista. Este especialista é o mais habilitado a acompanhar o paciente no processo de emagrecimento, pois avalia as causas para o ganho de peso, além dos riscos dessa condição. Alerta também o paciente sobre os malefícios da obesidade com base em seu histórico pessoal e doenças que tenham atingido sua família.

Contudo, destaco que cada indivíduo deve ser avaliado por um médico especialista de forma que cada caso apresenta características singulares, especialmente aqueles que podem ter a cirurgia como opção de tratamento.

REFERÊNCIAS:

https://www.sbemsp.org.br/imprensa/releases/315-saiba-como-definir-a-obesidade

https://www.tuasaude.com/endocrinologista/

Transtornos Alimentares e Festas de Final de Ano

Dra. Janaina Petenuci
Endocrinologista – CRM 166420

Para muitas pessoas os feriados são um momento da alegria e celebração. São momentos de reunir-se com família e amigos, compartilhar e apreciar festas de final de ano. Para pessoas com distúrbios alimentares (compulsão, bulimia ou anorexia), os feriados não são totalmente agradáveis.
Os feriados podem ser um momento de estresse aumentado para muitos. Para os que estão em recuperação de um transtorno alimentar, os feriados podem ser um momento de ansiedade aumentada, pois há uma grande ênfase em alimentos, a conversa de dieta é predominante e o senso de estrutura e rotina é muitas vezes desafiado.

A refeição nunca é apreciada, porque nos pensamentos, o que existe sempre é a quantidade de calorias, e o medo de ficar gordo, aumenta com cada mordida no alimento. Por isso os dias que seguem aos feriados, muitas vezes, trazem sentimentos de infelicidade. No caso da anorexia, existe a ansiedade e a “pressão” dos familiares para que a pessoa “coma”. No caso da bulimia a culpa que se experimenta é enorme e se une ao desespero para tentar compensar todas as calorias consumidas. Muitos restringem a alimentação e/ou exercitam-se mais.

Para quem tem um distúrbio alimentar, o alimento não é a única coisa que os faz temer os feriados. Estar ao redor dos membros da família pode também causar muito stress, especialmente se as famílias tendem a brigar ou beber demais. Os feriados podem trazer lembranças dolorosas dos feriados passados. Você pode também ter que conviver com determinados membros da família, com os quais, sente-se incomodado, ou, de quem você não gosta particularmente. Se a sua família estiver ciente de seu distúrbio alimentar, você pode estar sujeito aos comentários sobre o que você é, o quanto está comendo (no caso da compulsão e/ou bulimia), ou não está comendo (no caso da anorexia). Você pode sentir que existe uma pressão para que coma mais do que seja confortável para você, com a finalidade de satisfazer as pessoas ao seu redor. Ou no caso de alguém com compulsão alimentar, que se encontre com excesso de peso; a sensação experimentada pode ser a de que se espera que coma menos. Pode sentir que “todos” estão observando o “tamanho do seu prato”.

As seguintes são três dicas para passar os feriados e permanecer na pista em sua recuperação do transtorno alimentar.

1.Crie um Plano de Enfrentamento de Férias.
Pode ser tentador cancelar compromissos que antecedem os feriados, mas é importante tentar encontrar seu terapeuta, nutricionista, mentor, treinador de recuperação e outros membros da sua equipe de tratamento antes dos feriados. Em tempos de aumento do estresse, é importante garantir que você tenha apoio suficiente dos outros.

Pode ser útil apresentar um plano (com o apoio de sua equipe de tratamento) em torno de como você lida com o feriado. Por exemplo, você pode trabalhar com seu nutricionista para decidir quais alimentos você planeja ter em feriados e em qualquer “comida com medo” que você poderia incluir também. Além disso, você poderia pedir ao seu terapeuta que o ajudasse a encontrar algumas maneiras saudáveis de enfrentar situações de desencadeamento.

Mesmo que você não tenha uma equipe de tratamento, você ainda pode apresentar um plano para como você pode lidar melhor com o feriado. Neste plano, inclua uma lista de desencadeadores potenciais (ou seja, pessoas, situações, etc.), estratégias de enfrentamento saudáveis, uma lista de pessoas de apoio às quais você poderia alcançar, e algumas declarações úteis de enfrentamento que você poderia dizer a si mesmo o momento.

2.Defina Limites Saudáveis.
Prepare antecipadamente como você pode definir limites saudáveis com amigos ou membros da família se a dieta ou a conversa relacionada ao peso aparecerem na mesa. Pode ser útil pensar em algumas declarações ou estratégias que você poderia dizer quando este tipo de discussão inevitavelmente surge.

As seguintes são algumas ideias sobre como você pode responder se alguém traz conversa de dieta em torno dos feriados:
•Nenhum alimento é “bom” ou “ruim”; Todos os alimentos se encaixam em uma dieta saudável.
•Estou declarando esta tabela como uma zona livre de conversas.
•Ouvi dizer que você está realmente em sua nova dieta, mas podemos falar sobre algo mais significativo?
•Então, como é seu novo emprego?
•Estou realmente agradecido por ter comida para comer e poder passar o tempo com a família hoje.

A dieta e as conversas relacionadas com o peso são prejudiciais e desinteressantes. É perfeitamente do seu direito desculpar por um momento ou mudar o assunto se alguém decidir trazer esses tópicos.

3.Prática de Ser Gentil Consigo.
Bater-se para se sentir ansioso em torno das férias só servirá para fazer você se sentir ainda pior. Ao sair da sua zona de conforto e enfrentar seus medos, você está fazendo algo que é incrivelmente corajoso. A verdadeira força não é negar-se alimentos ou evitar certos alimentos, mas é desafiar-se, apesar do que a voz do transtorno alimentar pode estar lhe dizendo.

É fundamental que você tente praticar a auto-compaixão e ser gentil com você mesmo.

Você não escolheu ter um transtorno alimentar, mas você pode fazer a escolha para continuar trabalhando em sua recuperação. A recuperação de um transtorno alimentar é difícil. Você é tão forte e corajoso para continuar a desafiar-se. A verdadeira coragem não é a ausência de medo, mas sim ter medo e agir de qualquer forma (em alinhamento com seus valores).
Se você continuar trabalhando em sua recuperação e buscar ajuda e apoio quando estiver lutando, você acabará por encontrar a liberdade.

Referências:
http://gatda.com.br/index.php/2016/12/28/transtornos-alimentares-e-feriados/
http://pt.psy.co/dicas-para-sobreviver-s-frias-na-recuperao-do-transtorno-alimentar.html

Hipertensão Arterial Secundária

JANAINA PETENUCI BLOG

Dra. Janaina Petenuci
Endocrinologista – CRM 166420

As seguintes definições e sistema de estadiamento, que se baseiam na pressão arterial adequadamente medida foram sugeridos em 2017 pelo American College of Cardiology / American Heart Association (ACC / AHA):

1) Pressão arterial normal – sistólica <120 mmHg e diastólica <80 mmHg

2) Pressão arterial elevada – sistólica 120 a 129 mmHg e diastólica <80 mmHg

3) Hipertensão:

a) Estágio 1 – sistólica 130 a 139 mmHg ou diastólica 80 a 89 mmHg

b) Estágio 2 – sistólica pelo menos 140 mmHg ou diastólica pelo menos 90 mmHg

Já a Sociedade Europeia de Cardiologia e Sociedade Europeia de Hipertensão (ESC / ESH), a Sociedade Internacional de Hipertensão (ISH), bem como as diretrizes do Instituto Nacional de Excelência em Saúde e Cuidados (NICE), definem hipertensão, usando a pressão arterial baseada em consultório, como uma pressão sistólica ≥140 mmHg ou pressão diastólica ≥90 mmHg

O diagnóstico de hipertensão requer integração do monitoramento domiciliar ou ambulatorial da pressão arterial (MAPA), enquanto as medições de rotina feitas no ambiente clínico devem ser usadas para fins de triagem.

Hipertensão Arterial Secundária

Uma série de condições médicas comuns e incomuns podem aumentar a pressão arterial e levar à hipertensão secundária. Sua prevalência, em torno de 3% a 10%, depende da experiência de quem investiga e dos recursos diagnósticos disponíveis.

Existem sintomas clínicos comuns que, isoladas ou em combinação, são sugestivas de hipertensão secundária:

– Hipertensão grave ou resistente. A hipertensão resistente é definida como a persistência da hipertensão apesar do uso concomitante de doses adequadas de três agentes anti-hipertensivos de diferentes classes, incluindo um diurético.

-Um aumento agudo ou aumento da labilidade na pressão arterial se desenvolvendo em um paciente com valores previamente estáveis.

-Idade inferior a 30 anos em pacientes não obesos com história familiar negativa de hipertensão e nenhum outro fator de risco (por exemplo, obesidade) para hipertensão.

-Hipertensão maligna ou acelerada (por exemplo, pacientes com hipertensão grave e sinais de lesão de órgão-alvo, como hemorragia retiniana ou papiledema, insuficiência cardíaca, distúrbio neurológico ou lesão renal aguda).

-Hipertensão associada a distúrbios eletrolíticos, incluindo hipocalemia (potássio baixo) e alcalose metabólica.

-Idade comprovada de início antes da puberdade.


As principais causas de hipertensão secundária incluem:

– Medicamentos:

Contraceptivos orais
Antiinflamatórios não esteróides (AINEs), particularmente de uso crônico
Antidepressivos tricíclicos, inibidores seletivos da recaptação da serotonina e inibidores da monoamina oxidase
Corticosteroides
Descongestionantes, como fenilefrina e pseudoefedrina
Alguns medicamentos para perder peso
Eritropoietina
Antiácidos contendo sódio
Antipsicóticos atípicos, como clozapina e olanzapina
Anfetaminas

-Uso de droga ilícitas como cocaína
-Doença renal primária
-Hipertensão renovascular
-Apneia obstrutiva do sono
-Coarctação de aorta
-E algumas desordens endócrinas como: Hiperaldosteronismo primário, feocromocitoma, Síndrome de Cushing, hipotireoidismo, hipertireoidismo, hiperparatireoidismo e acromegalia.

Vejamos abaixo algumas causas relacionadas à endocrinologia:

Hiperaldosteronismo Primário

Caracteriza-se por produção aumentada de aldosterona pela suprarrenal, originada por hiperplasia da glândula, adenoma, carcinoma ou por formas genéticas. A prevalência nos hipertensos varia de 3% a 22%, sendo mais alta nos hipertensos de difícil controle. Os pacientes que devem ser investigados para hiperaldosteronismo primário são:

-PA 150×100 – 3 mensurações em dias diferentes
-Hipertensão arterial sistêmica resistente, que paciente mantem pressão arterial > 140×90, mesmo em uso de 3 medicações otimizadas, sendo 1 diurético ou 4 medicamentos com pressão arterial controlada.
-Acidente vascular encefálico antes de 40 anos e pressão alta precoce ou história familiar pressão alta precoce
-Pressão alta e potássio, todavia somente 50% apresentam essa clínica.
-Incidentaloma adrenal com pressão alta
-Familiares de primeiro grau com aldosteronismo primário
-Pressão alta associada com apneia do sono
A medição da razão entre a concentração de aldosterona no plasma e a renina no plasma pode ajudar a identificar esses pacientes.

A medição da razão entre a concentração de aldosterona no plasma e a renina no plasma pode ajudar a identificar esses pacientes.

Feocromocitoma e Paragangliomas

São tumores neuroendócrinos da medula adrenal (feocromocitomas) ou dos paragânglios extraadrenais (paragangliomas), com prevalência de 0,1% a 0,6%. O tumor pode se apresentar como esporádico ou associado a síndromes genéticas familiares (20% dos casos). Geralmente, o tumor é adrenal unilateral, mas pode ser bilateral (síndromes familiares), múltiplo e extra-adrenal, benigno ou maligno (5% a 26% dos casos). A hipertensão paroxística (30% dos casos) ou sustentada (50% a 60% dos casos) e os paroxismos são acompanhados principalmente de cefaléia (60% a 90%), sudorese (55% a 75%) e palpitações (50% a 70%).

O diagnóstico bioquímico é baseado na dosagem de metanefrinas plasmáticas ou urinárias e para o diagnóstico topográfico dos tumores e, eventualmente, de metástases, os métodos de imagens recomendados são: tomografia computadorizada ou/e ressonância magnética

O tratamento preferencial é cirúrgico. O seguimento do paciente é essencial para a detecção de recorrências ou metástases. No rastreamento familiar recomenda-se a detecção de mutações dos genes envolvidos e de outros exames relativos às síndromes.

Hipotireoidismo

É relativamente comum, principalmente em mulheres, com prevalência de aproximadamente 8% na população geral. Hipertensão, principalmente diastólica, atinge 40%. Outros achados são: ganho de peso, queda de cabelos e fraqueza muscular. Pode ser diagnosticado precocemente pela elevação dos níveis séricos de TSH e confirmado com a diminuição gradativa dos níveis de T4 livre. Caso persista hipertensão arterial após a correção com tiroxina, está indicado o tratamento com medicamentos anti-hipertensivos.

Hipertireoidismo

A prevalência das formas clínica e subclínica em adultos varia de 0,5% a 5%. A suspeita clínica é feita em presença de hipertensão arterial sistólica isolada ou sistodiastólica acompanhada de sintomas como intolerância ao calor, perda de peso, palpitações, exoftalmia, tremores e taquicardia. O diagnóstico é feito pela identificação do TSH baixo e elevação dos níveis de T4 livre. A correção geralmente se acompanha de normalização da pressão arterial.

Hiperparatireoidismo

A suspeita clínica deve ser feita em casos de hipertensão arterial acompanhada de história de litíase renal, osteoporose, depressão, letargia e fraqueza muscular. O diagnóstico é feito pela dosagem dos níveis plasmáticos de cálcio e PTH. A correção do hiperparatireoidismo não necessariamente se acompanha de normalização da pressão arterial.

Síndrome de Cushing

A síndrome de Cushing causa sintomas e complicações sérias como obesidade centrípeta, isto é, ocorre na face e no abdome, mas não nos membros que, ao contrário, são finos e com atrofia da musculatura, o que causa fraqueza muscular. Aparecem estrias largas e de cor violeta (geralmente no abdome e raiz dos membros) e equimoses (manchas roxas) freqüentes. Pode levar ao diabetes e hipertensão. Uma das causas é o uso excessivo de corticóide, por via oral, injetável ou mesmo tópica, como nasal ou pela pele; mas pode ser também decorrência de produção excessiva de cortisol (corticóide produzido nas suprarrenais), seja por tumor das suprarrenais ou por tumor produtor de ACTH, que é o hormônio hipofisário que estimula as adrenais.

O tumor produtor de ACTH pode estar localizado na própria hipófise e, nestes casos, costuma ser benigno, muito pequeno e recebe o nome de Doença de Cushing. Ou surgir em outros locais como, por exemplo, no pulmão. Paciente com suspeita de Síndrome de Cushing precisa de vários exames para ter o correto diagnóstico, que orientará o tratamento.

Acromegalia

É hipersecreção do hormônio do crescimento se inicia entre 20 e 40 anos de idade. Quando este processo se inicia, as manifestações clínicas iniciais são espessamento das características faciais, e aumento de tecidos moles nas mãos e nos pés. A aparência muda e são necessários anéis, luvas e sapatos mais largos.

Cefaleias são comuns em razão da presença de tumor hipofisário. Pode ocorrer desenvolvimento de hemianopsia bitemporal se a expansão suprasselar comprimir o quiasma óptico. Coração, fígado, rins, baço, glândula tireoide, paratireoide e pâncreas são maiores que o normal. A hipertensão ocorre em até um terço dos pacientes. 

O diagnóstico pode ser feito a partir de achados clínicos associados com exames laboratoriais e localização topográfica da lesão, por meio de ressonância magnética. Tratamento com cirurgia ou radioterapia e ãs vezes, supressão farmacológica da secreção ou atividade do hormônio do crescimento

Tratamento Hipertensão Secundária

A avaliação de um paciente com hipertensão depende da causa provável e do grau de dificuldade em se obter o controle da pressão arterial, uma vez que muitas formas de hipertensão secundária se manifestam como “hipertensão resistente” ao tratamento convencional.

Como não é viável realizar uma avaliação completa para hipertensão secundária em todo paciente hipertenso, é importante estar alerta sobre os sintomas que sugerem hipertensão secundária.

Os pacientes que apresentam indícios clínicos que sugerem a possível presença de hipertensão secundária devem ser submetidos a uma avaliação mais extensa. Se o diagnóstico for confirmado, a estratégia de tratamento mais eficaz geralmente é aquela que se concentra no mecanismo específico subjacente à hipertensão. Além disso, alguns desses distúrbios podem ser curados, levando à normalização parcial ou total da pressão arterial.

Referências:

DHA – Departamento de Cardiologia
ABC Med
Manual MSD
Clinical Practice Guidelines- endocrine society
American Heart Association (AHA)
Up to Date

Tumor que Produz Prolactina

JANAINA PETENUCI BLOG

Dra. Janaina Petenuci
Endocrinologista – CRM 166420

O que é

Localizada na base do cérebro, a hipófise, é considerada a principal glândula do corpo humano. Sua função é a de regular o trabalho de outras glândulas, como a adrenal, a tireoide, os testículos e os ovários. A hipófise produz, dentre outros, a prolactina, que é o hormônio importante para a amamentação.

A hipófise pode desenvolver vários tipos de tumores, tanto benignos quanto malignos, embora a maioria seja benigna.  Os motivos que levam a isso ainda não são totalmente conhecidos, entretanto, sabemos que o resultado pode ser o tumor potencialize a produção de um ou mais hormônios também pode não produzir nenhum.

A prolactina é um hormônio produzido pelas células lactotróficas da hipófise anterior e tem como principal função a indução e a manutenção da lactação. É regulada pelo hipotálamo, que exerce influência inibitória por meio da liberação da dopamina.

Causas

As causas fisiológicas de aumento da prolactina mais importantes são a gravidez e amamentação. A hiperprolactinemia (super produção de prolactina) pode ser causada por neurolépticos (fenotiazinas, butirofenonas, risperidona, sulpirida), antidepressivos tricíclicos (amitriptilina, clomipramina), inibidores da monoaminoxidase, alguns anti-hipertensivos (verapamil, reserpina, metildopa), medicamentos de ação gastrointestinal (domperidona, metoclopramida) e, mais raramente, por inibidores seletivos da recaptação da serotonina e contraceptivos orais, entre outros (2,3).

                Entre as causas patológicas, prolactinomas e adenomas da hipófise que expressam e secretam prolactina em diversos graus são as mais importantes. Geralmente, classificam-se de acordo com o tamanho: microadenomas (com menos de 10 mm de diâmetro) ou macroadenomas (com 10 mm ou mais). Em mulheres, mais de 90% dos prolactinomas são tumores intrasselares pequenos, que raramente aumentam de tamanho; porém, em homens e crianças, são macroadenomas (tumores de maior tamanho) em sua grande maioria.

Fatores de risco

A hiperprolactinemia é encontrada em cerca de 40% dos pacientes com hipotiroeidismo primário e em 30% dos casos de síndrome dos ovários policísticos. Pode também ser uma manifestação ocasional da Doença de Addison e um achado comum em pacientes com cirrose hepática ou insuficiência renal. A denominação hiperprolactinemia idiopática tem sido reservada para os pacientes sem uma causa óbvia para o distúrbio hormonal.

Prolactina – Sintomas

A superprodução de prolactina, Hiperprolactinemia, a partir de um tumor na hipófise (prolactinoma) pode causar a diminuição nos níveis normais de hormônios sexuais estrogênio mulheres e testosterona nos homens.

Períodos menstruais irregulares

Ausência de períodos menstruais

Aumento da glândula mamária em homens

Produção de leite fora do período puerperal

Dusfunção erétil

Infertilidade

Redução de libido

Perda de massa mineral óssea em ambos sexos

No caso dos prolactinomas, (tumor), é possível resultar em sintomas relacionados ao efeito da massa tumoral sobre estruturas vizinhas, como dor de cabeça, alterações visuais. Tumores volumosos podem também destruir o tecido hipofisário normal e levar a deficiência de outros hormônios (disfunções hormonais secundárias).

Caso um paciente tenha um tumor de grandes dimensões com níveis séricos inferiores a 200ng/mL, deve-se considerar que o tumor não produz prolactina (pseudoprolactinoma), mas seu tamanho é suficiente para bloquear em parte a inibição pela dopamina sobre as células normais produtoras de prolactina (lactotrofos).

Diagnóstico de Tumor na hipófise

Alguns exames podem ajudar o médico a realizar o diagnóstico de um tumor na hipófise:

Exames de sangue e urina. As análises de amostras de sangue e de urina podem mostrar se você tem uma superprodução ou deficiência de hormônios

Imagens do cérebro. Ressonância magnética ou uma tomografia computadorizada podem ser realizadas para ajudar o médico a avaliar a localização e o tamanho do tumor em sua hipófise

Testes de visão, que podem determinar se o crescimento de um tumor na hipófise tem prejudicado a visão ou a visão periférica.

 

Tratamento

A identificação de fatores de risco e da doença em seu estágio inicial e o encaminhamento ágil e adequado para o atendimento especializado dão à Atenção Básica um caráter essencial para um melhor resultado terapêutico e prognóstico dos casos.


A maioria dos pacientes com prolactinomas (tumores) são capazes de controlar seus níveis de prolactina com medicamentos. Esses medicamentos também são muito eficazes na redução do tamanho da maioria dos tumores secretores de prolactina. Na verdade, essas drogas funcionam tão bem que a cirurgia geralmente não é necessária para prolactinomas. Apenas 10% destes tumores não reduzem de tamanho com o tratamento. Mesmo que o tumor não diminua, estes medicamentos geralmente podem manter o tamanho das prolactinomas como estavam. Se o tratamento medicamentoso for bem sucedido, pode ser continuado por toda a vida.

Mas, é importante que este manejo seja realizado de acordo com orientação médica pois pode resultar em alguns efeitos colaterais importantes que incluem sonolência, tonturas, náuseas, vômitos, diarreia ou constipação, confusão e depressão. Outro efeito colateral é que essas drogas podem restaurar a fertilidade em mulheres cujos níveis de prolactina alta haviam causado infertilidade e também pode aumentar o risco de problemas nas válvulas cardíacas.

Referências:

Instituto Oncoguia

SBEMSP

Dra. Suzana Vieira

Portal Arquivos Saúde

Hipoglicemia

JANAINA PETENUCI BLOG

Dra. Janaina Petenuci
Endocrinologista – CRM 166420 

A hipoglicemia é caracterizada por um nível anormalmente baixo de glicose no sangue, geralmente abaixo de 70 mg/dl. É importante não considerar apenas este número – o médico deverá dizer quais níveis são muito baixos para você. Prevalência de eventos de hipoglicemia é de 62% nos pacientes com diabetes tipo 2 e 92% com diabetes tipo 1. E destes casos, 1/4 dos casos acontecem a noite e metade dos pacientes não conseguem identificar a hipoglicemia.

CAUSAS

Aumentar a quantidade de exercícios sem orientação correta, ou sem ajuste correspondente na alimentação ou na medicação; pular refeições; comer menos do que o necessário; exagerar na medicação, acreditando que ela vai trazer um controle melhor; e ingestão de álcool são algumas das causas mais comuns de hipoglicemia.

Para os diabéticos, o quadro de hipoglicemia também pode se desenvolver em níveis superiores a 70 mg/dL. Isso pode acontecer quando a quantidade de glicose no sangue está muito alta e cai rapidamente. Alguns fatores podem causar variações mais drásticas e imprevisíveis nos níveis de glicose são as doenças comuns, como a gripe. É importante fazer a medição dos níveis com mais frequência nesses períodos e continuar a tomar a medicação para diabetes.

SINTOMAS

Tremedeira
Nervosismo e ansiedade
Suores e calafrios
Irritabilidade e impaciência
Confusão mental e até delírio
Taquicardia, coração batendo mais rápido que o normal
Tontura ou vertigem
Fome e náusea
Sonolência
Visão embaçada
Sensação de formigamento ou dormência nos lábios e na língua
Dor de cabeça
Fraqueza e fadiga
Raiva ou tristeza
Falta de coordenação motora
Pesadelos, choro durante o sono
Convulsões
Inconsciência

Em algumas pessoas, o nível de glicose no sangue pode cair bem abaixo de 70 mg/dl e mesmo assim não haver sintomas perceptíveis. Esta é a chamada “não percepção de hipoglicemia”. Pessoas com essa condição, podem não acordar do sono quando a hipoglicemia acontece durante a noite. Ela é mais comum em pessoas que enfrentam regularmente episódios de baixa glicose no sangue, diminuindo sua sensibilidade aos sintomas; em pessoas que têm diabetes há muito tempo e em pessoas que controlam de forma rígida a doença, o que pode aumentar as chances de ter uma reação. Neste caso, pode ser necessário reajustar as metas de glicose.

MANEJO DE HIPOGLICEMIA

Tratar a hipoglicemia, de maneira correta, é muito importante para evitar o aumento da glicose, excessivamente.

O tratamento consiste em carboidrato de ação rápida, pois é mais eficaz e rápido na hipoglicemia. Não se deve usar chocolate e nem leite condensado, pois tem muita gordura e sim consumir 15 gramas de carboidratos, preferencialmente carboidratos simples, como açúcar (uma colher de sopa, dissolvida em água), uma colher de sopa de mel (mas lembre-se de que mel não é permitido para crianças menores de um ano), refrigerante comum, não diet (um copo de 200 mL), 1 copo de suco de laranja integral, entre outros. E verificar a sua glicose depois de 15 minutos, caso continuar baixa, repetir novamente 15 gramas de carboidrato. Para crianças menores considerar 5g a 10 g de carboidrato.

Em casos de inconsciência (desmaio) ou convulsão, outra pessoa terá que tomar providências. Uma dessas medidas poderá ser aplicar glucagon, que é um hormônio que estimula o fígado a liberar glicose armazenada na corrente sanguínea. Kits de glucagon injetáveis podem ser adquiridos com prescrição médica. Seu médico saberá dizer se você precisa ter um desses e como usá-lo.

É importante orientar também sua família sobre essa possibilidade. Caso a pessoa que esteja com você não saiba como aplicar ou não saiba o que fazer, a melhor medida é chamar uma ambulância.

Em uma crise hipoglicêmica acompanhada de convulsões ou desmaios, não injete insulina (vai reduzir ainda mais o nível de glicose no sangue); não dê comida ou bebida pela boca, no máximo, com cuidado para não obstruir as vias aéreas, pode-se passar um pouco de açúcar nas gengivas da pessoa. Vire a cabeça da pessoa de lado e proteja com cuidado, enquanto injeta glucagon ou chama a ambulância.

PREVENÇÃO

Os sinais da hipoglicemia são dicas importantes para uma ação preventiva, e eles podem variar de pessoas para pessoa. De qualquer maneira, o mais importante é monitorar as glicemias, de modo a conseguir manter a glicose bem controlada.

A única maneira de ter certeza se suas taxas de glicose estão muito baixas, é checá-las com o aparelho próprio, se possível. A hipoglicemia grave pode causar acidentes, lesões, levar ao estado de coma e até à morte. Além de aumentar o risco de eventos cardiovasculares como infarto do miocárdio e também aumento dos riscos de arritmias. Estratégias para evitar hipoglicemias devem ser vista como uma estratégia de prevenção cardiovascular.

Nos pacientes com diabetes, há dispositivos de monitoramento contínuo, que auxiliam na identificação de hipoglicemias ou tendência de queda. Além disso, houve o advento de novas insulinas que comprovam em estudos menos eventos de hipoglicemias comparada, às insulinas que já tinham no mercado.

Avalie como seu estilo de vida e a medicação prescrita, caso faça uso, estão agindo sobre a glicemia. Converse com seu médico e, juntos, vocês poderão decidir, as mudanças necessárias para que o nível de glicose no sangue fique sob controle.