Obesidade e Câncer de Mama

JANAINA PETENUCI BLOG

Dra. Janaína Petenuci
Médica Endocrinologista – CRM 166420

Você sabia que a obesidade, afeta mais de meio bilhão de adultos em todo o mundo, sendo um fator de risco bem conhecido para muitos tipos de câncer, incluindo o de mama?

Pois é, as complicações sistêmicas derivadas da obesidade, incluindo inflamação, resistência à insulina e hiperglicemia, já têm sido exploradas como potenciais causadores ou contribuintes para o aumento do risco e progressão do câncer de mama.

Por isso é muito importante tratar a obesidade como uma doença, levar a sério e assim evitar outras doenças mais graves.

💟 Sua saúde é seu maior presente! Prevenir é um ato de amor.

Esteatose Hepática

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Dra. Janaína Petenuci
Médica Endocrinologista – CRM 166420

A esteatose vem se tornando uma doença do fígado cada vez mais conhecida da população em geral.

Esteatose caracteriza-se pelo acúmulo excessivo de gordura (lipidios) nas células do fígado denominadas hepatócitos. Essa pode permanecer estável por muitos anos e até regredir, se suas causas forem controlados. Se não o forem, a doença pode evoluir para a esteatoepatite.
Nessa fase a esteatose se associa a inflamação e morte celular, fibrose (cicatrização) e tem maior potencial de progressão, ao longo dos anos, para cirrose e para o carcinoma hepatocelular (CHC) ou câncer de fígado.

👉 A maioria dos pacientes com Esteatose hepática, independente da causa, é assintomática, embora alguns pacientes possam se queixar de fadiga, mal-estar e desconforto vago no abdome superior direito. Pacientes com esteatose alcoólica podem ter um exame físico normal ou hepatomegalia.

👉 Os pacientes são diagnosticados principalmente através de exames laboratoriais de rotina que revelaram aminotransferases hepáticas elevadas ou a esteatose hepática foi detectada incidentalmente na imagem abdominal.

📍O tratamento da Esteatose não-hepática consiste no controle dos fatores de risco (dislipidemia, obesidade e diabetes), perda de peso, imunização contra o vírus da hepatite A e B e abstenção do álcool.

📍Para pacientes com esteatose associada ao álcool que não progrediram para cirrose, a abstinência do álcool tem sido associada a uma rápida melhora na esteatose hepática.

✅ Qualquer desconforto ou percepção de algum sintoma procure seu médico.

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Obesidade na Gestação

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Dra. Janaína Petenuci
Médica Endocrinologista – CRM 166420

A obesidade acomete uma a cada duas gestantes nos Estados Unidos. Um dado alarmante onde mais de 50% estão com sobrepeso ou obesas e 8% das mulheres em idade reprodutiva estão obesas. Nesta epidemia da obesidade, as mulheres são especialmente afetadas, incluindo as brasileiras.

Segundo pesquisa da OMS, 20,7% das mulheres no país são obesas, percentual alarmante ao considerarmos que é um problema de saúde em expansão entre elas em idade reprodutiva, com a gestação na lista dos fatores desencadeantes da doença.

As complicações associadas ao ganho de peso excessivo têm repercussões durante a gravidez, parto e pós-parto.
⦁ Uso de serviços de saúde em maior frequência
⦁ Manutenção de excesso de peso em gestações subsequentes
⦁ Maior tempo de permanência hospitalar
⦁ Abortos recorrentes e perdas fetais.
⦁ Dificuldade técnica para pesquisa de anomalias fetais em USG de screening.
⦁ Más formações de tubo neural e cardíacas congênitas
⦁ Infecção de parede abdominal.
⦁ Complicações tromboembólicas e anestésicas
⦁ Depressão
⦁ Dificuldades aleitamento materno

Na evolução da gravidez, fetos de mães obesas apresentam:
⦁ Macrossomia fetal
⦁ Grandes para idade gestacional
⦁ Traumatismos de parto

Filhos cujas mães são obesas têm mais complicações psicológicas:
⦁ Sintomas emocionais
⦁ Dificuldades psicossociais
⦁ Déficit de atenção e hiperatividade
⦁ Autismo
⦁ Atraso desenvolvimento neurológico
⦁ Necessitam de apoio fonoaudiólogo

Essas crianças mostram com mais frequência:
⦁ Obesidade
⦁ Doenças renais crônicas
⦁ Asma
⦁ Câncer
⦁ Anomalias congênitas
⦁ Alterações de crescimento e desenvolvimento

A avaliação nutricional pré-concepcional e as mudanças de estilo de vida devem ser priorizadas.

VITAMINA D PREVINE A COVID-19?

JANAINA PETENUCI BLOG

Dra. Janaína Petenuci
Médica Endocrinologista – CRM 166420

Recentemente o Jornal italiano, “La Reppublica” publicou uma matéria sobre um estudo realizado na Universidade de Turim, o qual relaciona a hipovitaminose D a Covid-19, uma vez que parte dos pacientes com o vírus apresentavam níveis baixos de 25-hidroxi-vitamina D (25OHD). Baseado neste achado, a reportagem sugere que a vitamina D poderia atuar na prevenção e no tratamento ao COVID-19.

Este estudo ainda não foi publicado em nenhuma revista científica, não tendo sido disponibilizados os dados mais relevantes como número de participantes, idade dos pacientes e os níveis de 25OHD no sangue. Esta associação NÂO determina causalidade, ou seja, NÃO indica relação de causa x efeito, e NENHUM estudo clínico randomizado já demostrou qualquer benefício do uso de vitamina D para prevenção ou tratamento da Covid-19.

Estudos científicos comprovam que a vitamina D tem papel no tratamento da osteomalácia, como coadjuvante no tratamento da osteoporose. Outra função que ainda é discutida por especialistas, seria na redução de infecções respiratórias agudas. Nenhum estudo comprovou um papel da vitamina D na prevenção ou cura da Covid-19.

Qual a forma correta de tomar sol para aumentar a síntese de vitamina D? 

Para uma síntese adequada de vitamina D é necessário expor ao sol, diariamente, uma extensão da superfície corpórea de pelo menos seis centímetros por um período de 15 a 20 minutos, dependendo do horário do dia. Se esta superfície corporal estiver com protetor solar (Fator 8 ou maior) ou coberta com roupa, a síntese da vitamina D é bloqueada. Os raios ultravioletas devem tocar diretamente a pele, sem nenhuma barreira.

Existem alimentos que fornecem Vitamina D? Quais?

As quantidades de vitamina D são escassas e presentes em poucos alimentos, a exemplo de algumas espécies de peixes como salmão e sardinha e alguns tipos de cogumelos.

Quais consequências uma baixa dosagem de vitamina D no organismo pode causar?

A hipovitaminose D, quando em níveis muito baixos, leva a uma alteração na mineralização óssea podendo evoluir para uma doença osteometabólica chamada osteomalácia, que é caracterizada por dor óssea e fraqueza muscular intensas associadas ao risco aumentado de fraturas.

A condição pode levar, ainda, a uma situação clínica chamada hiperparatireoidismo secundário, definida pela elevação do paratormônio (PTH), que induz o aumento da remodelação óssea, perda óssea e osteoporose. Essa situação é frequente em idosos e em pacientes após cirurgia bariátrica.

Em gestantes, a hipovitaminose D foi relacionada com o aumento de complicações como pré-eclampsia e desfechos de prematuridade. Muitos estudos de associação demonstraram uma relação entre hipovitaminose D e infecção respiratória.

Quais os problemas que a vitamina D em excesso pode ocasionar?

Altas doses de vitamina D levam ao seu aumento nos níveis sanguíneos e a uma potencialização das suas ações fisiológicas. Entre essas ações está o aumento da remodelação do esqueleto e, com isso, perda óssea e ampliação da chance de fraturas.

Pode ocorrer também aumento da absorção intestinal de cálcio, gerando a hipercalcemia, que é a elevação do cálcio no sangue. O cálcio alto causa sintomas inespecíficos como fadiga, náuseas, vômitos e até situações mais graves, a exemplo de insuficiência renal aguda, crises convulsivas e coma.

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e a Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (ABRASSO) repudiam essas recomendações de vitamina D, sem fundamento científico.

REFERÊNCIAS

https://www.endocrino.org.br/nota-de-esclarecimento-vitamina-d-e-covid-19/

https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2020/04/05/zinco-e-vitamina-d-tem-papel-na-imunidade-mas-nao-protegem-do-coronavirus.htm

Hiperparatireoidismo: desequilíbrio do cálcio, vitamina D e fósforo

JANAINA PETENUCI BLOG

Dra. Janaína Petenuci
Médica Endocrinologista – CRM 166420

As glândulas paratireoides são pequenas glândulas endócrinas que se localizam na parte mediana do pescoço e situam-se no posterior ou atrás da glândula tireoide. Elas são responsáveis por produzir o paratormônio que atua no equilíbrio do cálcio, vitamina D e fósforo presente no sangue e nos tecidos que precisam desses nutrientes, como os ossos e rins, por exemplo.

O QUE É?

O hiperparatireoidismo pode ser classificado como primário ou secundário. No primário, a causa do excesso de hormônio da paratireoide é sempre diretamente na glândula, enquanto o secundário tem alguma doença subjacente que faz com que as glândulas paratireoides trabalhem a mais.

CAUSAS

Hiperparatireoidismo primário

O excesso de paratormônio é causado devido ao trabalho excessivo de pelo menos uma das glândulas paratireoides, o que resulta em um excesso de cálcio no sangue (quadro também chamado de hipercalcemia).

Hiperparatireoidismo secundário

Ocorre quando o excesso de produção do paratormônio é devido a uma queda dos níveis de cálcio no sangue, decorrente de alguma condição subjacente, como:

-Deficiência de cálcio: pode haver alguma dificuldade na absorção desse mineral;
-Deficiência de vitamina D: essa vitamina está relacionada à manutenção do cálcio no sangue e ela ajuda na absorção do cálcio na digestão;
-Insuficiência renal crônica: a vitamina D só pode atuar no nosso corpo quando é convertida pelos rins.

FATORES DE RISCO

Presente em cerca de 90% dos casos da forma primária, é mais frequente em adultos com mais de 60 anos e no sexo feminino.

SINTOMAS

-Fadiga ou fraqueza
-Dor nos ossos e dor nas articulações
-Depressão.
-Ossos frágeis, que se fraturam facilmente (osteoporose)
-Cálculo renal
-Urina em excesso
-Dor abdominal
-Esquecimento
-Náuseas e vômito
-Sede em excesso

A doença é inicialmente assintomática e pode ser casualmente evidenciada em exames laboratoriais de rotina. A evolução clínica é lenta e progressiva. Estas alterações dependem do tempo de evolução, podendo persistir por meses e anos sem diagnostico e sem tratamento. O diagnóstico deve ser o mais precoce possível, pois em estádios muito avançados, com graves lesões ósseas, pode tomar-se irreversível e mortal por insuficiência renal.

TRATAMENTO

A escolha de tratamento dependerá da classificação do hiperparatireoidismo, intensidade dos sintomas, entre outros fatores. As opções terapêuticas são:

Cirurgia: Consiste na retirada da glândula afetada e que está produzindo mais hormônio do que o normal, por isso este é o tratamento mais comum e resolve 95% dos casos. As complicações são raras e incluem danos às cordas vocais e uso de suplementos de cálcio e vitamina D.

Medicamentos:  Alguns casos podem ser resolvidos com medicação. É importante lembrar que todos os medicamentos devem ser usados de acordo com a orientação do seu médico.

Mudanças de hábitos: aumentar o consumo de cálcio e na obtenção de vitamina D. Com isso, mudanças na dieta e no dia a dia serão necessárias.

Referências:

https://www.doctoralia.com.br/doencas/disturbios-das-glandulas-paratireoides#:~:text=As%20gl%C3%A2ndulas%20paratire%C3%B3ides%20tornam%2Dse,aumento%20de%20c%C3%A1lcio%20no%20sangue.

https://www.sanarmed.com/principais-molestias-das-glandulas-paratireoides-colunistas

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-78522009000200011

OBESIDADE E INFERTILIDADE MASCULINA

Luiz Eduardo BLOG

Dr. Luiz Eduardo Caloete Ximenes
Médico Urologista – 166873/SP

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Dra. Janaína Petenuci
Médica Endocrinologista – CRM 166420

GABRIELA LAIBER BLOG

Dra. Gabriela Laiber
Nutricionista – CRN3/ 54141/P

O hipogonadismo masculino relacionado a obesidade (MOSH) é resultante de falha testicular em produzir níveis fisiológicos de testosterona e/ou número normal de espermatozoides, devido a disfunção de um ou mais componentes do eixo hipotálamo- hipofisário-testicular. Está presente em torno de 64% dos pacientes homens com obesidade.

Os pacientes com hipogonadismo raramente apresentarem queixas sexuais, mas a infertilidade é o sintoma mais específico desse quadro, correspondendo a mais de 50% dos casos de infertilidade do homem. Um sintoma muito relatado é a fadiga, desânimo e falta de energia,

Para o diagnóstico é importante uma avaliação laboratorial detalhada do eixo gonadotrófico, para diferenciação entre hipogonadismo orgânico e funcional. O orgânico tem como etiologia causas genéticas ou lesão estrutural, já o funcional é causado por doenças crônicas como a obesidade.

No tratamento dos homens inférteis na urologia a obesidade é um ponto bastante importante para o tratamento. Uma quantidade substancial de homem inférteis tem obesidade. Esta relação é demonstrada em vários artigos científicos que mostram que a qualidade do sêmen piora com o grau de obesidade do paciente.

Quando analisamos a quantidade de espermatozoides, os pacientes obesos apresentam uma quantidade reduzida, com 3 vezes mais chance de possuir contagem de espermatozoides inferior a ideal. Nos casos mais graves quando há ausência de espermatozoide (azoospermia) ou diminuição da quantidade de espermatozoides (oligozoospermia), os pacientes obesos são a maioria.

Estudos apontam que a cada 3 pontos no IMC a taxa de sucesso de gravidez cai 12%. Além dos pontos citados acima, a obesidade também atua alterando a capacidade do DNA, tornando susceptível a má qualidade da constituição genética do espermatozoide. As alterações físicas do paciente obeso também podem causar aumento da temperatura dos testículos (prejudicando a maturação dos espermatozoides) e disfunção erétil.

A obesidade tem impacto no DNA, os danos ao DNA e várias modificações epigenéticas transmitidas pelo esperma podem influenciar na saúde dos fetos. A integridade do DNA do esperma é um fator importante que é diretamente afetado em homens obesos. O possível mecanismo pelo qual a obesidade prejudica a integridade do DNA dos espermatozoides é induzindo o estresse oxidativo.

A obesidade pode estar contribuindo  negativamente na reprodução por meio de mecanismos hormonais devido ao aumento da insulina e alteração no eixo hipotálamo-hipófise-gonadal com diminuição dos hormônios folículo estimulante e luteinizante e consequentemente da testosterona, a qual níveis adequados de testosterona intratesticular são pré requisitos para o processo de espermatogênese, como também, aumento dos níveis de estrogênio, devido a maior produção da enzima aromatase pela célula adiposa. A infertilidade masculina também é agravada por outros mecanismos consequentes da obesidade, como disfunção erétil, apneia do sono, estresse, inflamação devido ao aumento de espécies reativas de oxigênio (ROS) o qual pode resultar em níveis elevados de fragmentação do DNA do esperma, como também aumento do calor testicular, que cumulativamente pode ter efeitos prejudiciais substanciais na espermatogênese.    

A perda de peso associada a uma alimentação saudável e equilibrada que forneça nutrientes pode melhorar a qualidade do sêmen, particularmente a motilidade do espermatozoide, com isso, aumenta a probabilidade de gravidez e nascimento. Alguns desses efeitos são explicados pela eliminação direta de ROS por alguns antioxidantes. São alguns exemplos: Vitamina C, Vitamina E, Betacaroteno, Selênio e Zinco.  Importante lembrar que a indicação de cada alimento ou suplemento, a quantidade de ingestão, e frequência devem ser individualizadas e orientadas por um nutricionista. Além disso, em certos casos para intensificar a perda de peso e melhora metabólica, podemos utilizar de medicamentos para obesidade e/ou cirurgia bariátrica.

Pacientes jovens que desejam fertilidade nos próximos 6 a 12 meses a terapia com testosterona não é recomendada. Homens que não têm certeza sobre os planos futuros de conceber filhos podem querer armazenar seus espermatozóides, caso eles não forem azoospermicos. Estudos não controlados mostram que a terapia com gonadotrofina pode reiniciar a espermatogênese em homens com hipogonadismo hipogonadotrópico que foram tratados anteriormente com terapia de reposição testosterona.  Nem todos os homens hipogonadais são necessariamente inférteis; uma análise de sêmen pode ser realizada antes do início do tratamento para determinar se a contracepção é necessária (1).

Atenção: Esses alimentos NÃO substituem a terapia medicamentosa prescrita! Eles auxiliam para uma melhor resposta ao tratamento!

REFERÊNCIAS:

Kahn, Barbara E.; Brannigan, Robert E. (2017). Obesity and male infertility. Current Opinion in Urology, (), 1–. doi:10.1097/MOU.0000000000000417

Nassan, Feiby L.; Chavarro, Jorge E.; Tanrikut, Cigdem (2018). Diet and men’s fertility: does diet affect sperm quality?. Fertility and Sterility, 110(4), 570–577. doi:10.1016/j.fertnstert.2018.05.025

1.         Bhasin S, Brito JP, Cunningham GR, Hayes FJ, Hodis HN, Matsumoto AM, et al. Testosterone Therapy in Men With Hypogonadism: An Endocrine Society Clinical Practice Guideline. J Clin Endocrinol Metab. 2018;103(5):1715-44.

COVID-19: Cuidados com os pacientes com obesidade

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Dra. Janaína Petenuci
Médica Endocrinologista – CRM 166420

O isolamento e as consequentes alterações psicológicas têm facilitado o aumento de peso em pessoas propensas a ganhar peso pela inatividade física e pelo estresse e depressão. Além disso, pacientes com indicação do tratamento cirúrgico da obesidade tem enfrentado o fechamento parcial ou total dos serviços de cirurgia bariátrica em todo o mundo.

Nos últimos anos a participação da flora intestinal na regulação do nosso metabolismo e de nossa imunidade vem ganhando destaque. A RPI (resistência periférica à insulina) é tanto causa como consequência da proliferação desproporcional de cepas bacterianas mais patogênicas, que aumentam o estado pró-inflamatório e interferem em diversos eixos hormonais. O mesmo se diz do efeito destas bactérias comprometendo a barreira imunológica do epitélio gastrointestinal, sendo este dado relevante, especialmente quando se demonstrou a presença de partículas virais do COVID-19 em amostras coletadas em fezes de alguns pacientes.  

Outra questão importante é a hipovitaminose D, comum em indivíduos com maior componente de gordura corporal, em idosos e, agora agravada pelo isolamento domiciliar, pela menor exposição solar. Diversos estudos demonstram o papel da vitamina D na imuno-modulação, e sua deficiência tem sido associada a maior risco de infecções respiratórias por diversos agentes infecciosos. Entretanto, o excesso de vitamina D pode ter efeito deletério para os rins e para o sistema cardiovascular, sendo portanto, sua reposição realizada com parcimônia, sempre obedecendo o julgamento criterioso da equipe médica.

Finalmente, alguns aspectos sociais vem contribuindo para a piora do quadro clínico nos pacientes portadores de Síndrome Metabólica, como os quadros de transtorno do humor frente à nova situação e a necessidade de isolamento por longos períodos; os distúrbios do sono, com prejuízo da fase REM (fase do sono na qual ocorrem os sonhos mais vívidos) de reparação celular; a adoção de uma dieta de pior qualidade, carente em vegetais e legumes, e excessiva em alimentos industrializados; redução das consultas ambulatoriais de rotina, para ajustes terapêuticos; e a baixa adesão à atividade física, quando se sabe que a atividade aeróbica moderada é um excelente modo de melhorar a resposta imunológica, de reduzir a manifestação inflamatória, e de aumentar a sensibilidade periférica à insulina, entre outros benefícios.

REFERÊNCIAS:

Consequências da pandemia covid-19 para pacientes com doenças metabólicas

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Dra. Janaína Petenuci
Médica Endocrinologista – CRM 166420

De acordo com os especialistas, pacientes com doenças metabólicas (como diabetes, obesidade e outras mais) enfrentam desafios crescentes na pandemia de Covid-19, como consequência dos seguintes pontos:

-Bloqueio prolongado

-Esgotamento dos sistemas de saúde

-Própria doença viral

-Efeitos dos medicamentos introduzidos para o tratamento da infecção pela SARS-CoV-2. 

O acesso reduzido aos prestadores de cuidados primários e uma alta demanda para o atendimento de pacientes gravemente enfermos com Covid-19 desviam a equipe e os recursos do hospital que, consequentemente, faltam em outras áreas de atendimento. Essa situação representa um risco substancial para todos os pacientes com doenças crônicas, especialmente aqueles com doenças metabólicas crônicas.

diabetes mellitus (DM) e a idade avançada, considerados fatores de risco para a pior evolução clínica e maior letalidade por COVID-19, trazem a tona a possibilidade de uma relação do desfecho desfavorável da doença com a resistência periférica à insulina (RPI).

Não podemos esquecer que o risco elevado no paciente com DM, pode envolver um viés, já que o DM é mais prevalente na população idosa, que é mais susceptível e que apresentam frequentemente outras comorbidades, como doença cardiovascular e renal.

Tratamento dos pacientes com COVID-19 e doenças metabólicas

A dexametasona (corticosteroide usado para aliviar inflamações e tratar várias doenças) vem sendo o tratamento padrão juntamente com suplementação de oxigênio para os pacientes hospitalizados reduzindo a mortalidade em pacientes em estado crítico. O problema, é que altas doses usadas nas infecções graves pioram muito o controle glicêmico e podem desencadear complicações agudas do diabetes, como cetoacidose diabética ou estado hiperosmolar.

O aumento da mortalidade foi relatado recentemente em pacientes com COVID-19 que receberam tratamento com insulina. Essa descoberta destaca a necessidade de testes frequentes de glicose no sangue, de preferência com monitores contínuos de glicose, para detectar e evitar episódios de hipoglicemia ou hiperglicemia com risco de vida.

Além disso, foi verificado aumento na pressão arterial e edema em pacientes com diabetes que receberam dexametasona.  Embora a dexametasona seja um potente glicocorticóide sintético com muito pouco efeito mineralocorticóide, ela induz hipertensão.

Este mecanismo pode explicar a ocorrência de hipertensão e edema em pacientes com lesão renal induzida por COVID-19 ou nefropatia diabética existente, e complica ainda mais o estado respiratório dos pacientes.

Acesso aos cuidados de saúde

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 155 países reduziram ou interromperam os programas de assistência aos pacientes com doenças metabólicas crônicas, sendo que em 47 países a assistência ao diabetes foi severamente reduzida. Além disso, pacientes tem medo de contrair a doença e evitam consultas e vem trocando medicações anti-diabetes e anti-hipertensivas que foram equivocadamente relacionadas a maiores riscos de gravidade da doença pelo Covid.

O pior cenário deverá ser observado no futuro quando mais complicações crônicas do diabetes, tais como retinopatia e nefropatia, além de doenças cardiovasculares serão mais incidentes.

Cuidados agudos a pacientes com pé diabético

As feridas agudas no pé diabético são mais frequentes neste cenário de mal controle e requerem muitas vezes de internação para uso de antibióticos, cuidados cirúrgicos, imobilização e cuidados crônicos para reabilitação das feridas. No quadro atual, os cuidados vêm sendo postergados ou não aplicados e o risco de amputação aumentou em 300% em países ocidentais desenvolvidos.

Vacinação

Pacientes com diabetes e doenças metabólicas devem ser incluídos nas fases iniciais da vacinação na condição de grupos prioritários. No entanto, os programas de vacinação prioritária desses pacientes quanto à influenza e pneumonia já tem falhado em todo o mundo. Mudar o cenário é mais um grande desafio.